quarta-feira, 20 de outubro de 2010

O absurdo dos absurdos

Nesses dias anteriores ao segundo turno das eleições presidenciais há tanta coisa acontecendo que temos que filtrar aquilo que é mais importante ou urgente.

O fato a seguir é escabroso.

O diretor do Hospital São Paulo de Campos do Jordão foi preso por distribuir os panfletos contra o aborto da CNBB-Sul. Um cidadão foi preso por manifestar-se livremente.

Leiam a matéria no site do ig, com comentários meus entre colchetes:

Um homem identificado como Celmo Felski foi autuado nesta terça-feira em Campos do Jordão (Vale do Paraíba – SP), por distribuir panfletos com mensagens de acusação contra a candidata do PT, Dilma Rousseff, e o partido dela.

["Mensagens de acusação" contra Dilma? Dizer a verdade é espalhar mensagens de acusação? O PT sempre foi favorável à legalização do aborto, está no estatuto, ora porra!]

Segundo a delegacia de Campos do Jordão, os 150 panfletos eram semelhantes aqueles que foram apreendidos pela Polícia Federal no último sábado na Editora Gráfica Pana, no bairro do Cambuci, na capital paulista.

[Apreendidos ilegalmente, diga-se de passagem.]

Com assinatura da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o material prega o voto contra a candidata do PT por suposto apoio à legalização do aborto.

["Suposto apoio"? Leiam as resoluções do III Congresso do PT, assistam a própria Dilma apoiando a legalização do aborto!]

No último domingo, a CNBB divulgou uma nota desautorizando qualquer material político com o nome da entidade e explicando que as mensagens descobertas na gráfica não correspondiam a opinião da entidade.

[Isso é motivo para prender um cidadão? A CNBB que se entenda. Aliás, a CNBB não tem representatividade NENHUMA na hierarquia da Igreja Católica!]

De acordo com a polícia, Celmo Felski foi denunciado pelo deputado estadual Carlinhos Almeida (PT) e pelo presidente da Câmara Municipal de Campos do Jordão, Sebastião Aparecido César (DEM).

O acusado foi visto distribuindo o material contra Dilma no centro comercial de Campos e foi denunciado também por eleitores que receberam os panfletos da mão de Felski.
A polícia de Campos diz que o acusado foi identificado em sua casa e enquadrado na lei 4737/65 do código eleitoral por difamação e propaganda eleitoral irregular.

[Quero ver provar a tal difamação. Seriam por acaso, os Art. 323, 324, 325, 326 ou 327 que sustentarão a denúncia? Eles sabem que não há crime algum na impressão e distribuição dos cartazes, o que eles querem é meter medo.]

Celmo Felski é diretor do Hospital São Paulo, de Campos do Jordão. Ele foi ouvido pela polícia e liberado. Os panfletos foram apreendidos pelo delegado de plantão.


Volto a comentar

Atentem à legenda da foto no site:

"Panfleto apócrifo da CNBB descoberto em uma gráfica da zona sul de São Paulo. 150 exemplares do material foram apreendidos pela polícia de Campos do Jordão, em SP"

"Apócrifo"? A carta está devidamente assinada - CNBB-Sul - não cita nominalmente nenhum candidato, apenas pede que os católícos votem em candidatos que pensem de acordo com seus ideais!

Tão grave quanto o fato em si é a maneira como o Ig escreve a notícia, usando palavras escolhidas de modo a criminalizar previamente um dos lados e absolver outro.

Isso é um crime, aliás, são dois crimes! Jogaram a Constituição no lixo!

Amanhã poderá ser eu ou você, por manifestar opiniões contrárias ao status quo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Esta parecendo a época em que realmente a Dilma fez alguma coisa. "Ditadura" onde nós não podíamos nos expressar e ela pode cometer vários crimes...