segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Manobras do governo totalitário

Por Ipojuca Pontes -

Com a possível ascensão de Dilma Rousseff à presidência da República neste segundo turno, ainda indefinido, mas tendo como certa a conquista da maioria parlamentar, pelo atual governo, nas duas Casas do Congresso Nacional, a pergunta que se torna obrigatória é a seguinte: quanto tempo vai levar para que se estabeleça no Brasil, sem disfarces, a prolongada ditadura da esquerda - radical ou não?

De início, convém lembrar que antes mesmo de saber se o PT e os partidos da base aliada comporiam a maioria no Congresso, tanto na Câmara quanto no Senado, o vosso Lula da Silva já tinha como certa a fusão das legendas do PT, PCdoB, PSB, PDT (e outros que tais) para formar uma Frente Ampla ideológica com o objetivo de não apenas dar sustentação política ao futuro governo, mas, em especial, mudar a Constituição ora vigente no país.

(No histórico, a formação de um partido único somando todas as forças e agremiações políticas de esquerda para afunilar as oposições e, depois, liquidar a democracia, foi sempre um velho programa leninista).

Na ordem prática das coisas, segundo o ex-blogueiro César Maia, um entendido em contas eleitorais e candidato derrotado a Senador pelo DEM-RJ, a partir de 2011 os partidos do bloco governista controlarão (no mínimo) 73% das cadeiras da Câmara e do Senado Federal – um percentual mais que suficiente para aprovar sem dificuldades, a partir da articulação da Frente Ampla de esquerda, uma reforma constitucional.

Como a confirmar os prognósticos da formação da Frente Ampla esquerdista, corolário do partido único, Carlos Lupi, antigo puxa-saco de Brizola e atual presidente nacional do PDT, deu a conhecer, no jornal “Estado de São Paulo”, o empenho de Lula em articular a unívoca máquina parlamentar, a ser acionada em 2011: “O presidente é um líder nato e, independentemente de ser presidente da República, terá forte influência entre todas as forças populares e democráticas de esquerda”.

Mais afoito, Eduardo Campos, sobrinho do comunista Miguel Arraes e atual presidente nacional do PSB, abre o jogo: “O presidente, em conversa ao longo de muitos anos, sempre falou que não compreendia porque a gente não era um partido só. Se a gente se reúne na eleição em torno de candidaturas e programas, por que não podemos discutir um programa, uma agenda de desenvolvimento sustentável e as reformas importantes que precisam ser operadas no país”?

E aqui chegamos ao cerne da questão. Definidas as pretensões hegemônicas pelos principais interessados, resta apenas especular sobre quais seriam as “reformas importantes” propostas à nação pelo futuro Congresso Nacional dominado pela Frente Ampla Esquerdista de Lula, Dilma et caterva.

Bem, se não fosse repetir o óbvio, elas simplesmente traduziriam, no âmbito de uma reforma constitucional manobrada pelas esquerdas dentro do Congresso, a inteira adoção do Programa Nacional dos Direitos Humanos – o famigerado PNDH-3, já repudiado em gênero, número e grau pelo grosso (e o fino) da sociedade brasileira.

(Como é mais do que sabido, o PNHH-3 incorpora uma série de medidas subversivas traçadas no seio do Foro de São Paulo, uma Internacional comunista da América Latina que objetiva abrir pela via parlamentar os “caminhos legais” (constitucionais) para se instaurar um governo totalitário no mais importante país do Hemisfério Sul).

Sim, amigos, é fato: para controlar constitucionalmente a nação e estabelecer o império vermelho durante longos anos, o projeto comunista da Frente Ampla parlamentar, tendo por base o PNDH-3, prevê, entre outras preciosidades, o seguinte: 1) o abastardamento das Forças Armadas, única instituição organizada capaz de enfrentar o projeto totalitário; 2) o “controle social” dos meios de comunicação a partir da instalação de comitês e conselhos para classificar, conceder canais e emissoras públicas, distribuir incentivos e punir os recalcitrantes faltosos 3) a supressão do direito de propriedade a partir da criação de comitês especiais para julgar, antes do Judiciário, a invasão de terras por parte dos chamados “movimentos sociais”, notadamente pelo MST – Movimento dos Sem Terra -, de caráter maoísta.

Ademais, a reforma constitucional a ser laborada pelas esquerdas compreende, no plano educacional, a revisão dos livros escolares, efetivando uma “nova leitura” de valores e símbolos nacionais a partir de uma exclusiva visão revolucionária; a intensificação do regime de “cotas” nas universidades federais, declarado instrumento de fomento ao racismo; a liberalização do aborto, do casamento homossexual e das drogas, especialmente da maconha; a ampla estatização da cultura, com financiamento prioritário para o artefato “audiovisual”, eficaz para a manipulação das massas – para não falar na entrega das terras amazônicas às ONGs internacionais, no aumento da carga tributária para ricos e pobres e no financiamento público dos fundos de campanhas eleitorais.

Os comentaristas políticos da grande mídia acreditam que o PMDB, o maior partido da base aliada do governo, não integrando as hostes da Frente Ampla esquerdista de Lula, poderia representar um forte obstáculo à formação de um governo que pretendesse atuar a partir de uma reforma radical da Constituição.

Não deixa de ser uma perversa ironia que o PMDB, partido tido como “de aluguel”, mas de face mais “liberal”, pudesse se tornar um obstáculo no avanço de um governo totalitário a se implantar no país.

O problema todo é que fica sempre difícil, ou quando não impossível, acreditar que o PMDB - manobrado por Zé Sarney e Michel Temer e habituado a usufruir nacos do poder - se transforme num efetivo partido de oposição e reaja ao furor do totalitarismo vermelho.

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