quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Dois pesos e uma medida

Nas revoluções socialistas, os primeiros a serem descartados (ou seja, executados) são aqueles que mais colaboraram para sua implantação. Isso ocorreu na URSS, em Cuba e em todos os países onde o terror socialista teve êxito.

O alinhamento com os grupos revolucionários é meramente ocasional, podendo, tão logo as condições contextuais se alterarem, ser revertido em perseguições, prisões e execuções sumárias.

Um exemplo - menos drástico, é verdade, porém igualmente emblemático - de como isso acontece podemos encontrar na maneira como a mídia governista tratava o ministro Celso de Mello e como o tratam agora que o eminente ministro determinou a pizza no caso do mensalão.

Vejamos.

Luis Nassif, na Carta Capital, disse que "nada se equipara à irresponsabilidade institucional do Ministro Celso de Mello, decano do STF." Cita uma suposta relação de ilegalidade do ministro com Saulo Ramos para, em seguida, emendar que "o que se discutem são as manifestações políticas inadmissíveis para quem representa o Supremo e a subordinação à segunda pior forma de pressão: o clamor da mídia (...)"
E continuam as bordoadas: "a discricionariedade de Celso de Mello se manifesta antecipada e gratuitamente no campo das manifestações políticas, com um desapreço pelo sistema Republicano de causar inveja aos juízes da ditadura."


Vinícius Mansur, na Carta Maior, escreveu um artigo indignado chamando Celso de Mello de "sarcástico e duro".

No Brasil de Fato, o conhecido ex-frei excomungado Leonardo Boff dispara, apesar da tímida ressalva:

"Em alguns discursos como os do ministro Celso de Mello o ideológico é gritante, até no tom da voz utilizada. Cito apenas algumas qualificações ouvidas no plenário: o “mensalão” seria “um projeto ideológico-partidário de inspiração patrimonialista”, um “assalto criminoso à administração pública”, “uma quadrilha de ladrões de beira de estrada” e um “bando criminoso”. Tem-se a impressão que as lideranças do PT e até ministros não faziam outra coisa que arquitetar roubos e aliciamento de deputados, em vez de se ocupar com os problemas de um país tão complexo como o Brasil."

Para então questionar: "Qual o interesse, escondido por detrás de doutas argumentações jurídicas?"

Na semana entre os votos dos demais ministros e o voto de desempate já podíamos notar uma mudança de tons nas referências da mídia governista ao ministro Celso de Mello, como neste twitt do Emir Sader (aquele que escreve Getulho e pousa). Reparem na preocupação e na delicadeza (descontem o festival de vírgulas, por favor):



Já Paulo Henrique Amorim, com seu estilo estridente e esquizofrênico, torna as coisas ainda mais grotescas.

Primeiro, ele acusa Celso de Mello de participação num tal "mensalão do Sarney" (sic).


Depois comemora a futura aposentadoria do decano.


Chega a acusar Celso de Mello de ser parte de um esquema com a revista Veja!






E, depois do voto de Minerva que assegurou a pizza para os mensaleiros, vejam como muda o tom.


Reparem na comemoração descarada do site Brasil 2+4+7=13



Portanto, amiguinhos, quando algum socialista te elogiar, não leve a sério. Certamente o amor durará pouco. Que diga Joaquim Barbosa que, mesmo revelando seu voto em Lula e Dilma, não é poupado dos ataques mais baixos e racistas.


Ou Yoani Sánchez, uma única blogueira cubana capaz de despertar o mais profundo ódio dos socialistas.


A conclusão é que, para esses "revolucionários de bom coração", o amor pode ser fugaz, mas o ódio persiste.

Um comentário:

André R. disse...

Isto é para o Brasileiro deixar de ser burro e depositar tanta confiança neste bando de bandidos, que se instalaram na cúpula do poder.

Parabéns pelo blog e grande abraço
André R.
http://transparenciapolitica.blogspot.com.br/