domingo, 19 de junho de 2011
MARCHA DO FURTO
São Paulo, 19/06/2011
(Associated Joint Press)
Grupos de manifestantes de todo o país organizam para o próximo sábado, dia 26/06/2011, a Marcha do Furto.
Incentivados pela recentes marchas da maconha, movimentos sociais, ONG´s e deputados estaduais planejam caminhadas cívicas em várias capitais.
“A Constituição determina que o poder público reduza a má-distribuição de renda. Se as políticas públicas não estão sendo eficientes, como queremos, é preciso que a população tenha o direito de tomar as providências cabíveis. Por isso somos pela descriminalização do furto” - disse à reportagem Edvaldo Gomes, do Movimento “Compartilhar”.
“As estatísticas dizem que apenas uma pequena parcela das vítimas de furto procura a polícia para registrar ocorrência. Isso mostra que existe uma certa aceitação social da prática, que vai ao encontro dos princípios máximos da liberdade e da fraternidade” - pontuou Marco Ribeiro, um dos organizadores do evento.
A marcha busca dar visibilidade a um movimento que vem crescendo no país. A organização do evento espera sensibilizar a população para a causa.
Uma pessoa que não quis ser identificada disse que a maioria dos marchantes pratica pequenos furtos, mas são constrangidos a fazê-lo em becos ou até mesmo dentro da própria casa, pois ainda há muito preconceito em relação a esta forma de distribuição de renda compulsória.
Maria das Graças, representante da ONG “Marchando pela liberdade”, lembra que em sociedades primitivas a doação de pequenos presentes simbolizava um vínculo forte entre duas pessoas. “Estamos apenas querendo ser multiplicadores desses vínculos na comunidade”, diz.
A marcha contará com a presença de representantes dos movimentos pela descriminalização da maconha, anti-tabagistas e pelo desarmamento.
Aristeu Pereira, tesoureiro da ONG “Pró-maconha, contra o cigarro” justifica sua presença na marcha: “Queremos liberdade. Somos a favor de qualquer causa pela liberdade”.
Movimentos pró-desarmamento já se reúnem com movimentos sociais que defendem a descriminalização do furto. O advogado José Marinho ressalta que há uma zona comum de interesses entre ambos: “Eles defendem a liberdade sem violência, em resumo”.
Organizações ligadas à segurança pública dividem suas opiniões. Os defensores do movimento acreditam que ele contribuirá para a desestigmatização de uma classe de miseráveis, que hoje são vistos como inimigos pelo Estado.
Outra vertente do movimento pela segurança pública, de que é exemplo a ONG “Segurança pública já”, é contra a marcha. Apesar disso, seu presidente, Antônio Vilário, ressaltou que não emitirá nota pública, pois teme represálias. “Preferimos não correr o risco de ter nossa atitude confundida com qualquer espécie de censura”, alegou.
Entre os promotores de justiça e demais representantes do Ministério Público a questão também é polêmica. “Qualquer grupo deve ter o direito de se manifestar sobre qualquer coisa em qualquer lugar, contanto que pacificamente e sem fazer apologia”, disse o promotor de justiça Timothy dos Santos. "Tiradentes já foi considerado um criminoso e hoje é visto como herói", ressalta.
A marcha do Furto tomou fôlego após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que, na quarta-feira, 15, liberou as manifestações a favor da descriminalização do furto, desde que os marchantes não estejam portando armas de fogo e que seja impedida a participação de crianças no evento.
(colaborou Bruno Magalhães)
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2 comentários:
Estou gostando bastante deste blog!
"ainda há muito preconceito em relação a esta forma de distribuição de renda compulsória." GENIAL!
Esta postagem está perfeita...
Parabéns!
Abraços,
Ale.
esse movimento é uma piada.
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